Fonte: Publicação Original ujs.org
Em letras que vão de Racionais MCs, “Voz ativa”, por exemplo, passando pelo carioca MVBill, Só mais um maluco, aos mestres afro-americanos do Public Enemy, Don`t Believe tha Hype (Não acredite na moda), é o chamado a contestar o padrão hegemônico estabelecido que unifica a postura dos hip hopper`s pelos quatro cantos do planeta.
Fato é, que de certa forma temos perdido esta essência unificadora da cultura. O que dá liga a um movimento, o que o unifica, para que passe a ser considerado cultura são seus signos identificadores e aglutinadores que, em certa medida, devem ser maiores do que os dissonantes. Daí que há algum tempo tenho visto esta transformação, estes vários caminhos seguidos por esta representação de lideranças do movimento Hip Hop e tenho dúvidas se ainda podemos nos creditar o termo “cultura”.
Será que o mundo em constante transformação e processamento de novos modos e costumes a cada segundo não têm provocado uma certa alienação nas lideranças e ativistas do movimento? Movimento ou cultura?
Marx desenvolveu, em seus escritos iniciais, na época de jovem, a teoria da alienação. Entre outras construções, ele dirá que esta perspectiva teórica procura caracterizar e explicar o estranhamento da humanidade em relação a sua sociedade, sua natureza essencial ou potencial. Para o eurocêntrico filósofo alemão, a humanidade distingue-se de todas as outras espécies animais por sua habilidade não apenas de transformar seu ambiente, mas de transforma-lo através de atividade consciente.