A frase chegou a se transformar em um jargão dentro do
movimento, estampa de camiseta e para alguns pode ser vista até como clichê,
mas para aqueles que conseguem entender a real essência do que é ter o
compromisso com o rap ser chamado de clichê é uma ofensa.
Sempre vi o hip hop para além de um movimento cultural,
ou uma expressão das ruas. É o empoderamento do povo que foi marginalizado,
onde eles se reconhecem e tem fluidez. Quando me dispus a trabalhar com Beto
Teoria para a realização das atividades que aconteceriam dentro do 54º CONUNE,
foi agarrar o leão pelos dentes e ensiná-lo a dançar breaking mesmo sem eu
mesma saber dançar.
Ter a mente clara de que é aí aonde está o compromisso
com o rap. O compromisso de o rap dar coragem e voz ao que foi emudecido, ter
ousadia de chegar e garantir que não reduzam o nosso espaço. Incomodar. Porque
hoje o preto, pobre e periférico está nas universidades e como o hip hop, isso
incomoda e incomoda a muitos.
Essa conquista se reflete na dança, na música, na arte e
na rua porque a rua é nossa casa, sempre vai ser. O jovem negro dentro de uma
universidade é um futuro ex-periférico mostrando o que pensa e deixando quem
gosta de ter o controle com aquele leão que citei ali em cima, dançando um
breaking em meio as suas vísceras.
A Nação Hip Hop Brasil me mostrou que é esse leão que
para além do breaking sabe o norte de onde a dança e o movimento tem de estar,
sabe que as ruas são nossas, mas as escolas e as universidades também. Conhece
a voz dos jovens e consegue fazê-los se empoderar, pegar o mic e
encarar a batalha que o leva do mercado de trabalho para o mercado
profissional.
É esse o compromisso que Sabotage cantava, é com esse
compromisso que eu vou falar.
Foto: Fábio W. de Sousa
Grafite: INK’s Hand
Grafite: INK’s Hand
uma grande liderança
ResponderExcluiruma grande liderança
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